A revolução popular marca uma mudança da economia precária dos mercados de derivativos e ações para uma economia real de fabricação de bens necessários, oferecendo e compartilhando "serviços".
Se refere a uma visão de regiões bioculturais autônomas, definidas por relações sociais e ecológicas tangíveis, e deixando claro o argumento de que a ajuda mútua e a proteção dos ecossistemas locais são mais eficazes para lidar com crises e até pandemias, do que medidas estatais centralizadas.
Diante da privatização neoliberal, a proposta é que a terra e a água, ideias e conhecimentos, sejam reconhecidos como bens comuns. Esse futuro implica o decrescimento, o respeito aos limites, a redução e a justa redistribuição de materiais e energia no planeta.
Hoje, um renascimento da democracia radical está ocorrendo em todo o mundo, frequentemente liderado por mulheres ou jovens, cujas energias "para a vida" são combinadas com movimentos sociais para a libertação de espécies, gêneros, castas e agrupamentos de classes oprimidas.
Nosso livro "Pluriverso": um dicionário pós-desenvolvimento, reúne uma infinidade desses tipos de alternativas de transformação. Existem demandas indígenas pela harmonia com a Terra através do buen vivir (viver bem) e do ubuntu; novas noções que emergem de contextos industriais fraturados, como ecofeminismo e decrescimento; redes agroecológicas práticas e software livre; e dezenas de outros.
O livro faz um forte contraste entre essas profundas mudanças estruturais e as "soluções reformistas" que assume um mundo globalizado precodificado pelos valores ocidentais e mobilizado pela lógica fútil do crescimento.
O que surge é uma linguagem viva para a riqueza e diversidade do conhecimento e das práticas das pessoas em sintonia com o bem-estar planetário. Este léxico está construindo uma tapeçaria mundial de alternativas; oferece um espaço colaborativo para ativistas que tecem iniciativas transformadoras em todo o mundo; torna-se um novo horizonte para ser e fazer.
A pandemia de coronavírus encerra um universo de falsas promessas. O pluriverso anuncia uma nova esperança para a democracia radical que inclui toda a vida: "um mundo onde cabem muitos mundos".
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