Por outro lado, as inúmeras denúncias de corrupção em El Salvador contra Bukele suscitam temores de uma deterioração definitiva da democracia no país centro-americano, que realiza eleições no final deste mês de fevereiro.
Nesse sentido, o relatório do The Economist também destaca os processos eleitorais e a onda de protestos que vem passando pela região desde 2019, como um alerta para os processos eleitorais pouco inclusivos e pluralistas. Também alerta para o ressurgimento dos protestos em 2021 para fazer frente à desconfiança popular em relação a seus líderes e instituições.
Ainda assim, nem tudo são más notícias. A América Latina continua sendo a região emergente mais democrática, com 80% da população vivendo em regimes classificados como democráticos – abaixo apenas da América do Norte e da Europa Ocidental.
Mas o relatório do Índice da Democracia de 2020 levanta alarmes diante de uma deterioração democrática na região. Apesar de estarmos acima da média global, a região vem retrocedendo.
Países como Guatemala, Haiti, Nicarágua, El Salvador, Cuba e Venezuela estão no radar e requerem atenção e cuidado. Inúmeros processos eleitorais estão na agenda da região este ano. Depois da deterioração das liberdades civis vistas em 2020, os cidadãos devem permanecer alertas.
As tentações caudilhistas e o uso de desinformação em massa são elementos que continuam a ameaçar a saúde de nossas democracias. Nos Estados Unidos, a força das instituições permitiu que a ordem democrática prevalecesse durante a transferência de poder. Não temos a garantia de que esse seria o caso em muitas de nossas nações.
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