Tem um cartoon que diz tudo. Em uma cúpula sobre o clima, um palestrante está mostrando uma apresentação que lista items como água limpa, cidades habitáveis, recuperação das florestas. O balão acima da cabeça de uma pessoa na audiência diz: "mas e se for uma grande farsa e nós criarmos um mundo melhor para nada?". Dói porque é verdade.
Mas parece que ultimamente não é a mensagem, mas o mensageiro que está na linha de frente de um tipo muito específico de ataque, apenas por querer falar sobre o colapso climático. Especialmente quando é um certo tipo de mensageiro. De onde vem essa raiva e vitríolo?
Não somos psicanalistas na Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção), embora sem dúvida tenhamos alguns entre nós.
Mas estamos preparados para apostar que há algo profundamente arraigado por trás desses ataques. É notável que essas pessoas geralmente correm o risco de serem apagadas duplamente: são pessoas mais velhas, geralmente do sexo masculino, com mais noção de sua mortalidade, e não acostumadas a serem desafiadas. E aqui vem, no caso de Greta Thunberg, uma jovem garota que basicamente pede que questionem tudo o que representam e admitam que estão erradas.
Esse desafio parece enfatizar sua inutilidade em um mundo em que as pessoas estão unindo forças para que o governo diga a verdade, para deixar os combustíveis fósseis sob a terra, parar essas indústrias exploradoras e extrativas e começar a se radicalizar. Considere isso, algo que a Extinction Rebellion considera incontestavelmente: as atividades humanas fizeram com que a temperatura média da superfície do planeta subisse cerca de 1,1 ° C desde o final do século XIX. A maior parte do aquecimento ocorreu nos últimos 35 anos. Parecia óbvio que todos se preocupariam e desejariam fazer algo para evitar uma catástrofe.
Talvez seja bem mais simple: o oposto de um homem velho é uma menina e esse posicionamento diamétrico serve apenas para intensificar as agendas de ambos. Greta: “Quero viver, devo ter uma vida pela frente, como todas as crianças”. (Alguns) homens mais velhos: "Mas estou ficando velho e minha visão de mundo parece irrelevante".
Uma batalha épica com a mortalidade, nosso deus, consciência e a vida que levamos, cria conflitos inebriantes nos nossos últimos anos. Mas isso certamente era uma resistência pessoal. Considerando que agora, números alarmantes parecem estar levando a batalha para uma fronteira externa, onde adolescentes pacíficos e ambientais estão tentando melhorar as coisas.
Mulheres e meninas representam 80% das vítimas de deslocamento e são mais vulneráveis durante desastres climáticos, segundo a ONU. Esse fato é relatado de vez em quando, mas não falamos do assunto o suficiente. Ninguém cobre que a mudança climática seja sexista, apesar de todas as pesquisas, evidências e testemunhos vividos. E as pesquisas confirmam que mulheres e jovens estão mais preocupados com as mudanças climáticas.
O mesmo se aplica aos impactos desproporcionais da mudança climática que já estão ocorrendo agora, sendo sentidos nos países mais pobres. É por isso que estamos em crise - ignoramos os fatos.
É uma teoria que vale a pena sustentar e realmente examinar sob vários ângulos. O vitríolo, sim, até as ameaças de morte, dirigidas a ativistas climáticos, devem vir de algum lugar. Raiva, medo, impotência e irrelevância total proporcionam dicas para entender essa mentalidade. Mas não é apenas culpa de um grupo demográfico.
Parece que ninguém no governo, por exemplo, está realmente preparado para o perigo à frente. Inundações e incêndios florestais já estão acontecendo, isso apenas aqui no Reino Unido. Em outros lugares, condições climáticas extremas e a quebra de safra estão removendo os meios de subsistência, resultando em pessoas se afastando cada vez mais de suas casas. Por que a negação coletiva por tanto tempo?
É hora de fazer alguma coisa. As abordagens convencionais não funcionaram. Votação, lobby, petições e protestos não foram alcançados, porque poderosos interesses políticos e econômicos impedem mudanças. Simplesmente não é do interesse deles, uma vida saudável neste nosso pequeno planeta. É por isso que nossa estratégia é a desobediência civil não-violenta e perturbadora - uma rebelião. E irritados, os que apoiam o establishment, negam a ciência e querem atacar uma garota de 16 anos, mulheres, minorias ou qualquer outra pessoa que estranhamente só queira proteger o planeta. Bem - para cunhar uma frase - eles podem entrar no mar: está estranhamente mais alto do que o habitual.
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