Na quarta-feira, 8 de agosto, enquanto o Senado argentino discutia a aprovação da lei, Romina tentou interromper uma gravidez que não queria. Sozinha, sem contar a ninguém, nem mesmo a seus irmãos, mas o aborto teve uma complicação e acabou no hospital. Ela morreu alguns dias depois. Tinha 4 filhos. “Ela morreu porque era pobre.
"Porque os pobres não existem", disse seu irmão Miguel à mídia argentina. "Eu era contra o aborto até agora", acrescentou. Miguel foi capaz de perceber as consequências de as mulheres não terem acesso ao aborto porque ele teve que viver isso na primeira pessoa e perdeu a irmã.
Quando uma mulher engravida sem desejar, a única coisa em que consegue pensar é em como deixar de está-lo. Pode haver muitas razões: porque sua família a rejeitará, porque será demitida, porque ela precisa de acesso a tratamento médico incompatível com a gravidez ou a gravidez é um risco para sua saúde, porque ela já tem muitos filhos e sua economia familiar não a permite ter mais, porque a gravidez é resultado de estupro.
As causas podem ser muito diferentes, mas o resultado em países onde o aborto não é legal é sempre o mesmo. Mulheres pobres morrem de abortos inseguros e clandestinos, enquanto mulheres com recursos acessam abortos em clínicas clandestinas ou viajam para clínicas privadas em outros países.
O que realmente diminui o número de abortos é o acesso a educação sexual, contraceptivos, serviços de saúde e seus direitos sexuais e reprodutivos. E, é claro, que os altos índices de violência contra elas sejam reduzidos.
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