Isso também aconteceu durante a conquista portuguesa do Brasil. Massacres coloniais, expropriação, subjugação. Alguma resistência indígena seguida de mais massacres. E para aqueles que perguntaram: "Por que mais massacres?" Os portugueses explicaram: “Eles estão nos atacando e temos o direito de nos defender.”
E, novamente, a maioria dos europeus brancos da época concordou com os portugueses. Eles agiram como se a diferença entre quantos foram mortos pelos indígenas e quantos pelos colonizadores não importasse. Agiram como se não importasse quem invadiu a casa de quem e quem subjugou quem. Para eles, o que importava era: “Eles estão nos atacando e temos o direito de nos defender”.
E, novamente, houve alguns que se opuseram a esta narrativa, mas não conseguiram enxergar o grito de guerra que era e passaram seu tempo tentando "corrigir" os colonizadores, como se eles fossem buscadores da verdade.
Durante a conquista europeia da América do Norte, a mesma coisa aconteceu com os nativos americanos. E a mesma coisa aconteceu com os britânicos na Ásia, os franceses no norte da África, os alemães no sul da África, os italianos na Líbia, os belgas no Congo, os holandeses na Indonésia e... e...
Todos eles conquistaram, massacraram, se apropriaram de terras e quando houve resistência disseram: “eles estão nos atacando e temos o direito de nos defender”. Pois aqueles que são invadidos e colonizados só podem se defender da "forma correta". Somente aqueles que invadiram e institucionalizaram suas leis podem ter "o direito de se defender".
Eu deixei de fora alguns exemplos, mas não vou deixar de fora o que aconteceu na Austrália, de onde estou escrevendo. Pois, adivinhe o que aconteceu aqui? Os britânicos vieram e conquistaram. E da mesma forma, realizaram massacres, expropriação e subjugação. O mesmo aconteceu com todo um aparato legal destinado a legalizar o roubo de terras e o direito dos ladrões. E, novamente, a resistência local foi seguida por mais massacres denominados "retaliação". E para aqueles que perguntaram: "Por que mais massacres", os colonizadores australianos explicaram que aqueles povos nativos eram um bando de assassinos. “Eles estão nos atacando e temos o direito de nos defender”.
E com certeza, a maioria dos europeus brancos concordou. Eles agiram como se a diferença entre quantos foram mortos pelos nativos e quantos pelos colonizadores australianos não importasse. Para eles, o que importava era o direito de "retaliar": “Eles estão nos atacando e temos o direito de nos defender”.
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