Eles eram vistos como escravos naturais. Lhes foi imposto como pensar, que deus adorar, como trabalhar, em que língua se comunicar, sob qual código de conduta se comportar e, acima de tudo, a quem servir.
Mais tarde, na América Latina colonial, uma doutrina econômica foi imposta sobre eles e os estados-nações ocidentais foram projetados de acordo com essa doutrina. Regras e leis foram estabelecidas consistentemente com o modo de pensar do colonizador e as leis foram estabelecidas em favor de suas preferências. A posse de bens era garantida de acordo com o que os colonizadores consideravam apenas distribuir, legalizar e privatizar.
A verdade deles
“Se eu ocupo algo que considero abandonado, tenho o direito de possuí-lo” foi a lógica da colonização. Os “exploradores” e missionários ocidentais pensavam que tomar terras “não civilizadas” e pega-las para si era o mandato e designação de Deus. Eles nunca consideraram que os povos indígenas já tivessem suas próprias civilizações moldadas pelo seu entorno. As primeiras nações entendiam sua conexão com os ecossistemas de uma maneira diferente, como sendo parte deles. Eles não se consideravam donos da terra. Por outro lado, o ethos político dos colonizadores era sobre dominação e extração.
A terra sempre foi um aspecto significativo das culturas indígenas, pois as pessoas se veem como parte da terra. As florestas, os rios e os animais não são vistos como “matérias-primas, recursos ou fatores de produção”. A natureza, ao contrário, é vista como parte da extensa família de seres humanos que vive em harmonia com o ambiente.
Hoje, depois de mais de 500 anos, o mundo ocidental procura salvar grupos indígenas da pobreza. Diz-se que esses grupos têm uma renda de apenas US$ 2 por dia por pessoa e ainda são forçados a se conformar à sociedade ocidental. E, apesar de continuarem a ser marginalizados, excluídos, usados, deslocados e criticados por serem diferentes daqueles que os colonizaram, desenvolveram suas terras e destruíram suas culturas, diz-se que agora estão livres.
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