O governo federal brasileiro participa da Cúpula de Líderes sobre o Clima nestas quinta-feira (22) e sexta-feira (23) sob a desconfiança de ambientalistas de que o Ministério do Meio Ambiente tenta assegurar meios para a criação de uma "polícia ambiental". O evento, convocado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, traz expectativa de anúncio de um aporte de recursos ao Brasil.
Ambientalistas temem que o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) consiga recursos para montar uma espécie de FNSA (Força Nacional de Segurança Ambiental), que controlasse ou substituísse o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
"Dependendo do volume da grana que vier, ele [Ricardo Salles] consegue dinheiro suficiente para, por exemplo, pagar a diária de policiais militares dos estados e montar essa força armada a serviço dele. Então, o medo era esse: que o dinheiro viesse de qualquer forma", disse ao openDemocracy o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.
A FNSA que estaria sendo pensada por Salles seria um braço da FSN (Força de Segurança Nacional), comandada atualmente pelo coronel da PM (Polícia Militar), Aginaldo de Oliveira, que é casado com a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP).
A congressista foi eleita em março presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Zambelli já responsabilizou ONGs (organizações não governamentais), sem provas, pelas queimadas na Amazônia.
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