Metuktire pertence a uma nova geração de indígenas determinados a defender o território por meio da participação política. Como muitos de seus pares indígenas em outras aldeias, ele se apropriou da tecnologia “dos brancos” para ajudar a defender sua terra. Metuktire, que foi treinado pelo Instituto Socioambiental (ISA) no uso da tecnologia de monitoramento geográfico, mostra um aplicativo baixado em seu celular chamado SOMAI (Sistema de Observação e Monitoramento da Amazônia Indígena), que lhe permite monitorar o território e alerta sobre invasões, desmatamentos ou incêndios nos arredores de sua aldeia, embora dependa de uma conexão via satélite garantida. E isso, devido a sua localização remota e à precariedade dos equipamentos, nem sempre é estável.
Metuktire é apenas a face visível dessa remota aldeia, que está determinada a evitar que a pressão das todo-poderosas indústrias extrativas acabe com seu modo de vida ancestral, do qual se sentem muito seguros graças ao fato de viverem em uma terra indígena demarcada há décadas.
Mesmo assim, estão cientes da ameaça mortal que representa a tese conhecida como marco temporal, usada pelos proprietários de terras para desqualificar os direitos dos povos indígenas e continuar com suas explorações agrícolas e apropriação de terras indígenas.
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