Assim, neste ano que chega com a devastação de incêndios, furacões, pandemia e injustiça, temos a tarefa de celebrar em meio às lágrimas e de aprender com o passado. O desafio é reconstruir, transformando o que for possível, para trazer para um pouco mais perto as promessas que fizemos a nós mesmos. Precisamos de um pacto renovado e justo, que reforce e reimagine o escopo dos direitos, igualdade, segurança, mobilidade humana, desenvolvimento sustentável e democracia.
E o curioso é que, desta vez, a pandemia e suas consequências nos atingem regional e globalmente. Cada um de nós foi tocado por esta guerra e pela dinâmica que aprofundou seu impacto. Portanto, espera-se que a tarefa de repensar as soluções tenha as mesmas dimensões. Que os esforços individuais, comunitários, nacionais, regionais e internacionais sustentem os valores e objetivos compartilhados.
Para começar, gostaria de citar nossas constituições e tratados: igualdade, prosperidade, democracia, liberdade, justiça, respeito à terra e à dignidade das pessoas, solidariedade e a oportunidade de nos desenvolvermos em nossa comunidade.
Perguntas para o novo ano
Eis minhas perguntas sobre alguns dos desafios para iniciar o debate do novo ano:
Como responder à enorme crise humanitária e de direitos humanos representada pela migração forçada causada pela violência, pobreza, perseguição e desastres naturais?
Como utilizar este momento nacional e regional para limitar a captura do poder estatal e econômico por grupos de poder de facto?
Como assegurar que os esforços de reconstrução, recuperação e resposta não exacerbem a devastação ambiental, a violência e a desigualdade?
Como podemos garantir que as vacinas sejam distribuídas de forma justa e segura na região?
Como assegurar que aqueles que denunciam, reivindicam, defendem os direitos humanos e as promessas das constituições possam fazer seu trabalho em liberdade?
Como assegurar que o mundo digital deixe de ser um privilégio e que o acesso à internet se torne mais democrático?
Como repensar nossas vidas para deixar os zoombies para trás e agarrar-nos aos sonhos que nasceram no meio da pandemia?
Assim, 2021 começa com um abraço, celebrando que estamos vivos, e com muitas perguntas que não podemos resolver sozinhos.
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