Este acordo tem como eixo principal cinco componentes identificados como questões urgentes para nossa região.
Liberdade de expressão
Este acordo deve incluir garantias para a proteção da liberdade de expressão e de imprensa. A América Latina é a região com o maior número de jornalistas mortos em 2019, contando com 18 no total. Cerca de 90% dos casos ficaram impunes.
O México encabeça a lista com números impressionantes – apenas o Afeganistão e a Síria, países em guerra, registraram mais mortes de jornalistas. Desde 2000, 133 jornalistas foram mortos no país. No ano passado, nove comunicadores perderam suas vidas.
Violência
Segundo dados de 2017 publicados pelo The Economist do Instituto Igarapé, um grupo de reflexão brasileiro independente, 43 das 50 cidades mais perigosas do mundo estão na América Latina e no Caribe. Com 8% da população mundial, a região concentra 33% dos homicídios do mundo.
Além da violência generalizada, a América Latina e o Caribe também é líder em violência de gênero. Pelo menos 12% das mulheres e meninas entre 15 e 49 anos de idade foram vítimas de violência física ou sexual por seus parceiros ou ex-parceiros no ano passado, de acordo com a ONU Mulheres. Em 2018, mais de 3.500 mulheres foram mortas por causa de seu gênero na região, com o Brasil e o México liderando o ranking.
Equidade, discriminação e racismo
A OXFAM estima uma diminuição de 5,3% do PIB regional devido aos efeitos da Covid-19 e a organização também espera um aumento de 3,4% no desemprego. Em janeiro, a região tinha mais de 25 milhões de pessoas desempregadas. Em julho, o número ultrapassou os 41 milhões, segundo a OIT.
A CEPAL estima que a pobreza afetará entre 30 e 36% da população, o que significa que 36 milhões de latino-americanos serão considerados pobres.
A maioria das pessoas afetadas são trabalhadores de famílias de baixa renda, a maioria dos quais é de origem negra ou indígena. Como disse o economista mexicano Luis Felipe López-Calva, diretor regional para a América Latina e o Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em entrevista à BBC Brasil, o racismo é um problema econômico.
Em um estudo realizado por ele, até 2015, 17% dos latino-americanos sofrem discriminação. Os números chegam a 30% no Brasil e 40% na Bolívia.
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