Uma nova investigação do Globo revelou que pode haver ligações preocupantes entre Bolsonaro e os policiais acusados, Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa.
Segundo a investigação - com base em testemunhos do porteiro do prédio Vivendas da Barra, onde o presidente Bolsonaro tem duas propriedades e onde Ronnie Lessa também vive - Queiroz entrou no mesmo dia e horas antes do assassinato de Marielle e disse que estava indo para o apartamento do então vice, Jair Bolsonaro .
O porteiro também afirmou que, sabendo que Queiroz iria visitar o apartamento de Jair Bolsonaro, ligou para confirmar que o visitante estava autorizado a entrar, o que foi confirmado por uma voz que o porteiro identificou como "Seu Jair" (Sr. Jair).
Embora Bolsonaro estivesse em Brasília no momento da reunião, o jornalista Luis Nassif depois confirmou que as comunicações entre o porteiro e os moradores são feitos por telefone celular ou telefone fixo, o que implica que Bolsonaro poderia ter autorizado a entrada apesar de não estar lá.
Ao conhecer essas revelações, Bolsonaro apareceu no Facebook Live, acusando o grupo Globo de lançar uma caça política contra ele e declarando que o porteiro foi forçado a mentir para acabar com sua carreira como presidente.
No entanto, suas declarações, nas quais confessou ter roubado as gravações da portaria de seu prédio para evitar que fossem alteradas, fazem dele um forte suspeito.
Bolsonaro pode não ter ordenado a morte de Marielle Franco, mas está claramente relacionado com aqueles que o fizeram. No entanto, o Ministério Público do Rio, responsável pela investigação, é altamente politizado em favor de Bolsonaro, o que provavelmente impedirá uma investigação legítima e completa dessas revelações recentes.
As conexões de Bolsonaro com militares e milicianos
Não é segredo que a família Bolsonaro tem conexões com supostos membros de milícias criminosas há décadas e, portanto, as recentes revelações que o vinculam ao assassinato de Marielle podem não ser tão surpreendentes. Uma conexão entre Bolsonaro e as milícias particularmente impressionantes é a do ex-policial e miliciano, Fabrício Queiroz.
Comentários
Aceitamos comentários, por favor consulte ás orientações para comentários de openDemocracy