A crise de Manaus destaca como o governo Bolsonaro despreza o norte e o nordeste, as regiões mais pobre do Brasil. A crise de oxigênio se some aos apagões que assolam o Amapá e ao genocídio dos povos indígenas para abrir caminho para a exploração industrial da Amazônia.
O México e a iniciativa Covax
Ao mesmo tempo, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, aceitou o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e reduziu o ritmo de compra de doses da vacina Pfizer contra a Covid-19 para evitar "acúmulo" e disponibilizar a vacina em países mais pobres através da iniciativa Covax, da OMS. "Em qualquer caso", explicou AMLO, "isso não muda nossos planos porque já estamos procurando outras vacinas além das da Pfizer (...) por isso ainda teremos vacinas suficientes".
De acordo com o Centro de Inovação para Saúde Global da Universidade Duke, 190 países assinaram a iniciativa Covax. Apenas cinco países não o fizeram: Rússia, Cazaquistão, Belarus, Groenlândia e Estados Unidos.
O objetivo da Covax é fornecer vacinas suficientes para cobrir 20% da população de países de baixa renda, como Afeganistão, Eritreia, Mauritânia e Honduras. As nações ricas já firmaram contratos para comprar além do suficiente para seus cidadãos. O Canadá comprou cinco vezes o que precisa, incluindo vacinas que podem não ser aprovadas, mas seu presidente disse que entregará insumos não utilizados a países pobres.
O Centro de Inovação para Saúde Global da Universidade Duke explica: "Os países de alta renda têm atualmente 4,2 bilhões de doses confirmadas, os países de renda média alta têm 1,2 bilhão de doses e os países de renda baixa têm 495 milhões de doses. Não encontramos evidência de nenhum acordo direto por parte de países de baixa renda, o que sugere que dependerão totalmente da imunização de 20% da população através da iniciativa Covax”.
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