A menos de três meses das eleições presidenciais no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro se mostra desesperado. Mas também mostra que não vai cair sem lutar. O cenário eleitoral nunca foi favorável ao presidente eleito em 2018, com as pesquisas apontando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consistentemente como favorito há mais de um ano.
Em pesquisa recente, Lula lidera com 44% das intenções de voto contra 33% de Bolsonaro. Uma vantagem de mais de 10 pontos percentuais seria suficiente para Lula vencer já no primeiro turno de 2 de outubro. Mas as pesquisas também mostram Lula liderando um potencial segundo turno de qualquer maneira.
Diante dessa realidade, Bolsonaro tem implementado políticas para melhorar sua popularidade. Na última quarta-feira, 20 de julho, o governo anunciou que aumentaria em 300% o valor do Auxílio Brasil, seu programa de ajuda a famílias em situação de vulnerabilidade que, de forma polêmica, implementou no ano passado para substituir o Bolsa Família, programa do governo Lula caracterizado pelo Banco Mundial como uma "revolução silenciosa".
Bolsonaro também assinou uma lei que permite que os estados reduzam o imposto sobre combustíveis, levando a uma queda nos preços estratosféricos que assolam o país este ano. Como as recentes pesquisas eleitorais vieram antes das medidas, é difícil estimar se elas terão impacto nos números – que se mantiveram estáveis nos últimos meses.
Embora suas medidas populistas possam melhorar suas intenções de voto, certamente não serão suficientes para superar a vantagem de mais de 10% de Lula. Bolsonaro também sabe disso. Sua estratégia para se manter no poder é diferente, uma que vem preparando desde o ano passado.
Ataques à democracia
Na segunda-feira, 18 de julho, Bolsonaro disseminou mais uma vez conspirações sobre o processo eleitoral brasileiro, desta vez em diante de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. No evento, cujo motivo oficial não está claro, Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de renovar ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente também defendeu que as Forças Armadas realizem contagem própria dos votos durante as eleições.
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