O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, e seu Partido Colorado venceram as eleições em 30 de abril, mas seus vínculos com supostas redes de corrupção tornam improvável que realizem reformas que possam prejudicar os interesses de seus aliados.
Em 30 de abril, Peña garantiu a vitória sobre o candidato da coalizão de oposição, Efraín Alegre, e o representante do Cruzado, Paraguayo Cubas, que viu uma aumento tardio de apoio popular.
Além de Peña, o Partido Colorado assumiu o controle das duas casas legislativas. O partido também conquistou mais dois governos, assumindo o controle de 15 dos 17 departamentos do Paraguai.
Em seu discurso de vitória, Peña agradeceu e abraçou seu mentor, o polêmico ex-presidente Horacio Cartes. Também declarou que seguiria o conselho de Cartes durante sua presidência.
Cartes, que foi presidente entre 2013 e 2018, foi sancionado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos por corrupção junto com o vice-presidente cessante do partido Colorado, Hugo Velázquez.
Análise
A vitória do Partido Colorado e a proximidade de Sebastián Peña com Cartes diluem as esperanças de um avanço significativo no combate à corrupção, apesar dos esforços renovados. Por sua vez, os problemas crônicos do Paraguai com o crime organizado não mostram sinais de mudança.
Emiliano Rolón Fernández assumiu o cargo de novo procurador-geral do Paraguai em março e, desde então, desarquivou casos anteriores e abriu investigações contra Cartes e Velázquez. O novo procurador atuará com maior autonomia e autoridade do que seus antecessores no cargo, o que pode gerar otimismo.
No entanto, com o Partido Colorado reforçando seu já forte controle sobre o governo, as investigações provavelmente enfrentarão muitos obstáculos.
“[A luta contra a corrupção] requer décadas de trabalho e um grande compromisso social que é difícil de alcançar sem uma mudança de poder”, explicou David Riveros García, diretor executivo da organização anticorrupção paraguaia reAcción.
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