O Pacto Global das Nações Unidas, que é a maior iniciativa de responsabilidade corporativa do mundo, também engendrou em 2005 a criação dos “Princípios para o Investimento Responsável” (PRI, na sigla em inglês: Principles for Responsible Investments), a partir da constituição de um grupo de trabalho envolvendo investidores e instituições de 12 países e 70 especialistas. Os princípios foram lançados em 2006 na Bolsa de Valores de Nova York e hoje conta com milhares de membros.
O movimento avançou em parceria com o braço financeiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que trabalha em estreita colaboração com mais de 200 instituições signatárias da Declaração sobre Desenvolvimento Sustentável. Em total sinergia com os parâmetros ESG, atua para desenvolver e promover conexões saudáveis envolvendo sustentabilidade e finanças.
Com todo esse background, a plataforma do Pacto Global – estruturada a partir de seis diretrizes compromissórias – se tornou a principal promotora do investimento responsável no mundo, disseminando a compreensão dos negócios a partir de fatores ambientais, sociais e de governança e apoiando investidores e organizações na incorporação desses parâmetros às decisões estratégicas.
Dito isso é importante citar também o conceito que restou denominado, de forma ampla, como “Investimentos Socialmente Responsáveis” (SRI, na sigla em inglês: Socially Responsible Investiments) – que é justamente onde se insere a plataforma adotada pelo Pacto Global – de modo a nortear padrões e métricas para a efetivação de negócios que sejam sustentáveis, longevos e menos arriscados – diferenciais valiosos para os investidores na alocação de recursos.
Não há dúvidas que o ESG tem conquistado predominância internacional, na medida que se estabelece como regra inconteste no competitivo mundo dos negócios. A partir dessas experiências e impulsionada pelos desafios da pandemia de Covid-19, a agenda ESG amadurece e se consolida. Em 2020, por exemplo, mais de 60 grandes corporações globais concordaram com 21 métricas relacionadas ao universo ESG de sustentabilidade, impacto socioambiental e governança, discutidas no Fórum Econômico Mundial.
Em arremate final, por mais que a parametrização seja hoje um dos principais desafios do movimento, a agenda ESG de governança socioambiental não apenas dimensiona o conceito de sustentabilidade como se consolida a pilar estratégico e imprescindível para a atividade econômico-empresarial.
Os principais ativos de uma corporação são intangíveis. Confiança e reputação são decisivos para a viabilidade, posicionamento e sucesso de quaisquer empreendimentos, produtos e negócios. E é nesse contexto que o fator ESG se apresenta de forma decisiva e como um fenômeno irreversível.
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