Operações policiais no Equador recentes revelaram níveis chocantes de degradação ambiental causada pela mineração ilegal na província de Napo, indicando que a prática continua a proliferar em áreas remotas da floresta tropical amazônica.
O caso mais recente veio à luz em 24 de novembro, quando seis pessoas, incluindo um ex-funcionário da agência de recursos naturais do Equador, foram presas por operar minas ilegais na província de Napo, no norte do país.
Nesta área pouco desenvolvida e difícil de navegar da Amazônia equatoriana, a mineração de ouro aumentou 21.000% nas últimas duas décadas, de acordo com os números divulgados pelo Monitoramento do Projeto Amazônia Andina (MAAP) em agosto do ano passado. Cerca de 556,8 hectares da província haviam sido ocupados pela mineração ilegal até 2020.
E esse crescimento não dá sinais de desaceleração. O órgão de fiscalização encontrou pelo menos 120 minas operando em Napo, em 2021.
A velocidade vertiginosa da expansão da mineração ilegal teve um efeito profundo no meio ambiente. O uso de metais pesados e produtos químicos letais para extrair ouro dos sedimentos das vias navegáveis da província, incluindo o rio Napo, que se estende por 1.130 km, causou estragos nos ecossistemas locais, segundo o MAAP. Um relatório de 2020, publicado pela Universidad Regional Amazónica Ikiam em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente e Água (MAAE) do Equador, corrobora esses dados e revela que aproximadamente 90% dos rios analisados em Napo continham alguma toxicidade, o que aponta para "níveis crônicos de poluição" que ameaçam a vida selvagem e as comunidades locais.
Análise
A deterioração ambiental de Napo, embora bastante preocupante, não é incomum no contexto amazônico. Faz parte de uma lista crescente de áreas remotas da região amazônica que estão sendo exploradas por seus recursos, e cujo isolamento serve quase como uma barreira protetora contra investigações.
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