Moraes afirma que, "Nesse contexto, não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra o Covid-19 utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa".
Investigações e impunidade
Durante toda a pandemia, Bolsonaro contornou os protocolos de saúde locais e se queixou repetidamente de que as restrições ao controle do vírus fazem mais mal do que bem.
O resultado são as mais de 615 mil vítimas fatais de Covid-19 no Brasil, um total superado apenas pelos Estados Unidos. Da mesma forma, a atual média semanal de mortes de menos de 300 pessoas por dia é em grande parte atribuído às campanhas de vacinação, as quais Bolsonaro sabotou.
No entanto, e apesar de tudo, Bolsonaro permanece inatingível diante da justiça. Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, Bolsonaro já foi alvo de cinco inquéritos no STF por questões que vão desde interferência política na Polícia Federal, até irregularidades nas negociações de compras de vacinas da Covid-19.
Moraes abriu seu inquérito em resposta a um pedido da CPI da Covid, que em seu relatório final formulou nove acusações contra o presidente, incluindo crimes contra a humanidade por sua gestão catastrófica da pandemia. Em 27 de outubro, a mesma comissão enviou um documento de 1.180 páginas ao procurador-geral, Augusto Aras, que nos últimos dois anos arquivou múltiplas denúncias contra Bolsonaro.
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