Similarmente, dezenas de outras mulheres da convenção se juntaram à campanha, que analisaram na semana seguinte as consequências que uma vitória de Kast poderia ter no processo constituinte. Enquanto isso acontecia, viralizou um vídeo de um dos deputados eleitos pela Frente Social Cristã, Johanes Kaiser, no qual questionava o direito de voto das mulheres, além de postagens em seu Twitter que demonstravam várias formas de misoginia.
“Essas eleições têm muito a ver com a convenção porque está em jogo se ela continuará existindo ou não”, disse Giovanna Roa, constituinte da Aprovar Dignidade, a coalizão que impulsiona Boric.
Roa se refere às declarações de outro dos deputados recém-eleitos que representam o conglomerado Kast: Cristián Araya, que em setembro assegurou que, se chegasse ao Congresso, enviaria um projeto de lei para propor a dissolução da convenção, já que é provável que esta “Acabe destruindo nossa democracia”, disse Araya.
Hoje Araya ocupa uma das 68 cadeiras que a direita tem na Câmara dos Deputados – 44% do total –, que se somam aos 25 senadores, equivalente a 50% do Senado. Em princípio, isso implica que algumas reformas que a convenção precisava tramitar no Congresso, como prorrogação de um ano ou execução de um plebiscito final, estão praticamente mortas.
“Kast nunca quis a convenção. Isso nos eliminaria. Isso eliminaria o Ministério da Mulher. Tudo o que conquistamos ao longo dos anos, com muita luta, não podemos perder agora”, reflete Adriana Cancino, constituinte independente do Coletivo Socialista.
As impressões da direita
Apesar dos constituintes da direita na convenção estarem fragmentados entre a opção de Sebastián Sichel, o candidato independente de centro-direita, e Kast, minutos depois saírem os resultados, já brotavam manifestações públicas de todos aqueles que não haviam sido enfáticos em suas posições antes.
Comentários
Aceitamos comentários, por favor consulte ás orientações para comentários de openDemocracy