O presidente e sua administração enfrentam agora três cenários possíveis nos próximos meses.
Primeiro, Bolsonaro poderia ser condenado por um dos vários crimes de que é acusado e destituído da presidência. Com isso, seria destituído de sua imunidade, abrindo caminho para investigações criminais e até mesmo a prisão. Se isso acontecesse, as investigações de seus filhos e de outros membros da sua família avançariam com maior rapidez. Dependendo do desenrolar das coisas, o vice-presidente ou um governo interino assumiria o controle, abrindo caminho para novas eleições. A democracia se seguraria por um fio.
Segundo, com o apoio da sua base, Bolsonaro e sua família poderiam sobreviver às numerosas acusações e emergir com ainda mais poder do que antes. Fortalecidos, eles continuariam a evitar o escrutínio legítimo, a apoiar sua base política, a expandir os ataques digitais e físicos contra seus adversários e a avançar o ataque contra a fragilizada democracia brasileira. Contra uma economia em rápida deterioração, as próximas eleições de 2022 seriam as mais amargamente disputadas da história do país, tendo a agitação social e a violência coletiva como uma possibilidade real.
Um terceiro cenário, que se torna mais perigoso a cada dia, é que Bolsonaro recorreria à violência para se agarrar ao poder, caso houvesse algum movimento para destituí-lo democraticamente. As ameaças ao presidente são cada vez maiores. Seus principais apoiadores estão agitando a resistência armada e até mesmo a intervenção militar para manter o comandante-chefe no poder. O presidente tem instado seus mais fervorosos apoiadores a protestar contra prefeitos, governadores e outros servidores públicos que apoiam as medidas de prevenção da Covid-19. Um grupo militante de militares da reserva chegou a ameaçar com uma guerra civil, caso as investigações contra o presidente prossigam.
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