Os latinos podem definir quem sentará no Salão Oval durante os próximos quatro anos. Com mais de 32 milhões de eleitores elegíveis, cidadãos de origem latino-americana constituem a maior minoria racial ou étnica do eleitorado dos Estados Unidos – pela primeira vez.
Isso representa cerca de 13% de todos os americanos que irão votar nas eleições de novembro. Os latinos podem muito bem moldar o resultado eleitoral em 2020, pois estima-se que votem em número recorde este ano, com 90% no Texas dizendo que pretendem votar no próximo mês. O que isso significa para eles e para os EUA?
Historicamente, os latinos se inclinam para o lado dos democratas. De acordo com o Pew Research Center, 63% dos eleitores latinos se identificavam com o Partido Democrata em 2019, contra 57% em 1994. Por outro lado, 29% se identificavam com o Partido Republicano no ano passado, uma porcentagem que se mantém igual desde 1994.
Isso não significa que o candidato democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, deva tomar o voto dos latinos como certo.
Eleitores latinos em estados-chave
Flórida
Os latinos estão longe de ser um grupo homogêneo. Os americanos de origem latino-americana vão desde argentinos judeus até colombianos negros e cubanos que deixaram seu país após a revolução de meados do século passado. Esta diversidade também se aplica ao papel que eles desempenham na arena política de seu país de adoção.
Na Flórida, os hispânicos representam o maior grupo minoritário, de acordo com dados de 2019 do Censo dos Estados Unidos. Os cubano-americanos constituem o maior grupo de origem latina do estado e, historicamente, tendem a ser conservadores e a apoiar o Partido Republicano.
Os cubanos entram como a terceira maior população, juntamente com os salvadorenhos, de origem hispânica nos EUA, de acordo com o Pew Research Center. A grande maioria deles, 66%, vive na Flórida. Comparativamente, apenas 5% dos cubano-americanos estão na Califórnia, o estado com a segunda maior concentração deste grupo, de acordo com a mesma fonte.
A Flórida tem o terceiro maior número de votos no colégio eleitoral, com 29, o mesmo número que Nova York, atrás apenas da Califórnia, com 55, e do Texas, com 38. Isso dá ao estado – e, portanto, aos cubano-americanos – um grande poder político.
Em 2016, 54% dos cubanos apoiaram o atual presidente Donald Trump, o que os torna duas vezes mais propensos a apoiar o candidato republicano do que os latinos não-cubanos.
Embora existam esforços bipartidários para dissuadir os cubanos na Flórida de votar para reeleger Trump, é pouco provável que tenham sucesso. Uma pesquisa da NBC News/Marist mostra Trump na frente de Biden entre os eleitores latinos no estado, por 50% a 46%. De fato, pesquisas recentes mostram que Biden está atrás entre os eleitores latinos da Flórida, mesmo quando comparado com seus predecessores, Barack Obama e Hillary Clinton.
Califórnia e Texas
Os dois outros estados de peso nas eleições, Califórnia e Texas, também têm grandes populações latinas. Ao contrário da Flórida, ambos têm o México como o país de origem mais comum entre esses grupos. E, ao contrário dos cubano-americanos, os mexicano-americanos tendem a ser democratas.
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