Na última segunda-feira (19), um tribunal em El Salvador fez história ao absolver uma jovem vítima de estupro que sofreu um aborto natural, Evelyn Hernández, por falta de provas contra ela.
Hernández, agora com 21 anos, foi condenada a 30 anos de prisão pelo crime de homicídio em um país onde o aborto natural ainda é considerado crime de homicídio; Evelyn já havia cumprido 33 meses da sentença.
Depois de ser estuprada por um membro de uma gangue local, Hernández desmaiou em seu banheiro e deu à luz no vaso sanitário de casa - sem ter conhecimento de estar grávida. O feto morreu de causas naturais um tempo depois. Ao chegar ao hospital, os médicos chamaram a polícia, que a prendeu imediatamente devido às rigorosas leis do país.
Esta é a primeira vez em El Salvador que um novo julgamento é ordenado nesse tipo de situação, o que poderia ter implicações importantes para as 17 mulheres que estão atualmente presas por razões semelhantes.
Paula Avila Guillen, diretora de Iniciativas da América Latina do Centro para a Igualdade da Mulher, disse que o sistema judiciário em El Salvador "começa a ver que os natimortos não são crimes", o que poderia ser uma grande vitória para os direitos das mulheres.
É por isso que apresentamos tudo o que você precisa saber sobre as leis do aborto em El Salvador e a situação atual das mulheres no país da América Central.
Leis do aborto em El Salvador e na região
A América Latina é a região do mundo que mais restringe os direitos reprodutivos das mulheres. A região da América Central representa um cenário ainda mais restritivo e opressivo para as mulheres.
Em El Salvador, o aborto nem sempre foi ilegal, mas uma mudança de lei em 1998 o tornou o país com as leis de aborto mais rígidas do mundo. Agora, o aborto é ilegal em todos os casos, seja um aborto natural ou uma interrupção voluntária da gravidez, e as acusadas de aborto podem receber uma sentença de 2 a 8 anos de prisão.
Comentários
Aceitamos comentários, por favor consulte ás orientações para comentários de openDemocracy