De acordo com Dag Nylander, representante da Noruega, país que facilitou os diálogos, os recursos liberados "serão progressivamente incorporados como aportes ao fundo" e serão aplicados em saúde, educação, recuperação da rede elétrica e, ainda, no enfrentamento das emergência criada devido às últimas chuvas, que geraram inundações significativas e danos a infraestruturas e residências.
Blyde também garantiu que o fundo "será administrado pelas Nações Unidas". Farhan Haq, porta-voz adjunto da ONU, afirmou que, para o secretário-geral, António Guterres, “o compromisso da organização é apoiar as partes na implementação do acordo”.
As negociações continuarão em dezembro, de acordo com um comunicado conjunto. O líder da oposição Juan Guaidó, porém, que se proclamou presidente interino da Venezuela em 2019 com o apoio de 50 países, incluindo os Estados Unidos, ignorando a reeleição do presidente socialista, está agora fora do jogo. Isso significa que a oposição precisa encontrar um novo líder, que não apenas seja capaz de derrotar Maduro popularmente, mas também catalise o consenso internacional que facilite a entrada da Venezuela no concerto das democracias liberais em uma região onde também pode encontrar agora interlocutores favoráveis a uma negociação nos recém-eleitos presidentes Gustavo Petro, na Colômbia, e Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil.
Com as maiores reservas confirmadas de petróleo do mundo, a Venezuela é uma importante engrenagem geopolítica da qual o Ocidente não pode mais prescindir. A nova situação geopolítica, com a Rússia usando a energia como arma na sua guerra contra a Europa e a ordem internacional liderada pelos EUA, à sombra de uma China que procura tirar partido de todas as vantagens, obriga a máquina da energia a forçar a negociação e recuperação da Venezuela.
Abrir a torneira para o fluxo do petróleo venezuelano é diversificar o risco energético do Ocidente, excessivamente dependente do Golfo e da Rússia, e oferecer uma saída a Maduro. Em tempos de nova Guerra Fria, é importante para o Ocidente atrair a Venezuela, um dos países fundadores da OPEP.
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