A Transparência Internacional também destaca que apesar de Bolsonaro ter usado um discurso anticorrupção durante sua campanha eleitoral, seu mandato tem sido caracterizado por medidas antidemocráticas, ataques à justiça e tentativas de dificultar investigações contra ele e sua família.
Colômbia e México
A Colômbia também manteve sua pontuação de 39 de 100, apenas um ponto acima do Brasil. A Transparência Internacional denuncia o uso excessivo de força para reprimir os protestos que tomaram o país em 2019 e 2020. O governo de Iván Duque continua demonstrando inação diante dos massacres, assassinatos e violência policial contra civis.
O México, como o Brasil, fez grandes promessas anticorrupção que foram confrontadas com casos de corrupção que permanecem impunes. Como menciona a relatório: “A ausência de ativos recuperados e o crescente número de escândalos envolvendo indivíduos próximos ao presidente [Andrés Manuel López Obrador] explicam parte do resultado, além de críticas recentes sobre o uso político-eleitoral da Procuradoria Geral da República, que, apesar de sua autonomia formal, não é percebida como independente”.
O Índice de Percepção da Corrupção 2021 é um reflexo da estagnação, e às vezes declínio, da região em seus processos democráticos. Com líderes autocráticos em ascensão em vários países da região, mas com oportunidades democráticas (Chile) e eleições decisivas em outros (Colômbia, Brasil), a região enfrenta um cenário único.
A Transparência Internacional aponta a fragilidade da democracia, que, para se sustentar, precisa de instituições fortes, transparência e um sistema capaz de acabar com a impunidade, punir os corruptos e proteger quem os denuncia.
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