Como em outros mercados emergentes, a inflação disparou em todos os países da América Latina em 2021 e atingiu patamares desconhecidos em 2022.
Em 2021, a inflação total na América Latina aumentou 11,9% e deve aumentar outros 10,4% em 2022. Apenas a África apresenta valores de inflação próximos dos da região, com 10,6% de aumento nos preços em 2021, enquanto as demais regiões apresentam valores muito mais moderados (entre 2 e 4%).
Os países com a maior inflação da região são: Venezuela com 284%, Suriname com 61,5%, Argentina com 55,1%, Haiti com 23,9%, Brasil com 11,3%, Paraguai com 10,1%, Jamaica com 9,7%, Chile com 9,4% , Uruguai com 9,3%, República Dominicana com 9,1% e Colômbia com 8,5%.
Inicialmente, a inflação foi impulsionada pelo aumento dos custos dos alimentos e da energia. Entretanto, nos últimos meses, o fenômeno se intensificou devido à inércia da política monetária e às práticas de indexação salarial, contratos que ajustam automaticamente seus termos com a inflação.
A guerra na Ucrânia também foi um fator determinante no choque inflacionário na região. Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), um aumento de 10 pontos percentuais nos preços mundiais do petróleo causaria um aumento de 0,2 ponto percentual na inflação no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, enquanto um aumento de 10 pontos percentuais nos preços globais dos alimentos levaria a um aumento de 0,9 ponto percentual na inflação, o que sugere que as pressões inflacionárias continuarão a ser influenciadas pelo conflito no próximos meses.
Comentários
Aceitamos comentários, por favor consulte ás orientações para comentários de openDemocracy