Mas a decisão também abriria a Amazônia brasileira para grandes projetos de agronegócio e para a exploração de recursos ilimitados.
Em 1º de setembro, a Suprema Corte do Brasil ouviu argumentos a favor e contra esta reivindicação às terras indígenas que, para as comunidades indígenas, são essenciais para sua sobrevivência, mas que, segundo o Presidente Bolsonaro, fazem parte da segurança jurídica dos agricultores da região.
O caso da reivindicação de terras foi acionado quando o atual governo interpretou de forma restrita os direitos indígenas a fim de expulsar a comunidade Xokleng de uma reserva natural em suas terras ancestrais.
A APIB, maior organização indígena do Brasil, disse à França 24 que a tese do marco temporal é uma tese ruralista que restringe os direitos indígenas. É também uma tese defendida por empresas e setores econômicos interessados em se apropriar de terras indígenas.
A tese do marco temporal também se opõe à teoria do indigenato, consagrada na Constituição de 1988, que determina que o direito indígena à terra é originário, ou seja, anterior à formação do Estado brasileiro, independentemente de uma data específica de posse da terra e mesmo do procedimento administrativo de demarcação temporal.
Em artigo recente para o openDemocracy, Vanessa Andreoni explicou como o governo busca retirar os títulos de terras indígenas e cancelar os indígenas direitos para abrir essas áreas a empresas predatórias. Andreoni afirma, además, que "aqueles que querem prejudicar os povos indígenas estão armados, prontos e esperando um sinal do governo".
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