O maior país da América Latina é um dos menos comprometidos com a redução de suas emissões de CO2 e com o combate às mudanças climáticas.
Em abril de 2021, o desmatamento na Amazônia brasileira bateu recordes globais. Com um total de 580 km2 de floresta perdida em apenas um mês, o Brasil atingiu um novo recorde, de acordo com o Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (DETER). Em 2020, o número total foi de assustadores 10.851 km2 desmatados.
Naquele mesmo mês, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima liderada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, se comprometeu a tomar medidas sérias para acabar com o desmatamento ilegal no país até 2030. No entanto, desde que chegou ao poder no início de 2019, a devastação da selva amazônica atingiu alguns de seus piores patamares, e sua política ambiental tem sido amplamente criticada. Bolsonaro é conhecido por defender a exploração de recursos naturais na região amazônica, até mesmo em terras indígenas, e por facilitar a ação de quem ataca diretamente o meio ambiente, como mineradoras e comerciantes ilegais de madeira.
De fato, em agosto de 2019, o openDemocracy revelou que Bolsonaro tinha planos secretos para facilitar a extração de madeira na Amazônia por meio de uma campanha de difamação contra as comunidades indígenas que a habitam e a protegem.
Como resultado de sua ações, a Rolling Stone descreveu Bolsonaro como "o negacionista climático mais perigoso do mundo".
Diante desse cenário, foi uma grande surpresa que, em 19 de outubro, durante a visita do presidente colombiano, Iván Duque, ao Brasil, Bolsonaro e Duque prometeram participar da COP26, conferência do clima da ONU na Escócia que começa no dia 31 de outubro, juntos, "unidos" por um objetivo: defender a Amazônia.
“Com toda a certeza chegaremos unidos em Glasgow para tratarmos de um assunto muito importante e caro para todos nós: a nossa querida, rica e desejada Amazônia”, disse Bolsonaro após um encontro com Duque no palácio presidencial do Planalto, em Brasília.
Bolsonaro também disse que quer dar passos em direção a uma transição energética eficiente e redução de emissões de carbono. Ele também reafirmou que acabará com o desmatamento no Brasil até 2030.
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