As migrações circulares começaram a diminuir após a recessão de 2008-09, quando o volume da imigração mexicana nos Estados Unidos caiu significativamente, o que coincide com o aumento da fiscalização fronteiriça implementado pelo governo de George W. Bush, como explica o American Immigration Council.
Como resultado, cruzar a fronteira dos Estados Unidos tornou-se mais difícil, dando mais oportunidades econômicas aos chamados “coiotes”, ou contrabandistas que ajudam os migrantes a entrar no país de forma irregular. Assim, os coiotes passaram a assumir riscos mais altos para aumentar os lucros, o que inclui dirigir veículos inseguros e cada vez mais abarrotados de gente, aumentando a chance de acidentes fatais. “A relação que os migrantes têm com as pessoas que os transportam tende a ser muito mais difícil hoje porque estão lidando com uma classe de contrabandistas mais criminosa do que existia há uma geração. Claramente, isso se reflete no número de mortes”, explica Millman.
O preço cobrado pelos coiotes varia amplamente, mas os valores normalmente oscilam entre US$ 6 mil e US$ 10 mil, de acordo com um estudo de 2019 do Homeland Security Operational Analysis Center.
Aumento da migração – e da violência
Os Estados Unidos viram um aumento na migração irregular entre outubro de 2020 e o mesmo mês de 2021, ultrapassando 1,7 milhões — um número nunca visto desde que o governo iniciou ou rastreou o fenômeno. Os mexicanos e centro-americanos representam 78% desses migrantes.
Entre 2014 e 2019, mais de 3,8 mil migrantes morreram em rotas migratórias em todo o continente, quase 3,5 mil deles na fronteira entre o México e os Estados Unidos, de acordo com as Nações Unidas.
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